quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Memória - Organização do 12º Intereclesial recebe bênção especial de dom Moacyr Grechi

Com a celebração do “envio”, na noite deste sábado (27), na igreja porto-velhense dedicada a Nossa Senhora Aparecida, o início do 12º Encontro dos Representantes das Comunidades Eclesiais de Base - ou 12º Intereclesial das CEBs –, programado para acontecer de 21 a 25 de julho, em Porto Velho, entrou em contagem regressiva. A menos de um mês da abertura oficial do evento, o arcebispo dom Moacyr Grechi, da Arquidiocese da Capital, assistido por padres de todas as igrejas da jurisdição, deu a bênção especial para cerca de 2 mil pessoas, a quase totalidade integrada por membros das equipes envolvidas com a organização do encontro.

Embora as providências preparatórias amparadas nas ações do voluntariado tenham sido desencadeadas há mais de três anos, a singularidade da missa deste sábado consistiu em marcar o início da fase mais intensa dos trabalhos das equipes responsáveis por toda a estruturação e realização do Intereclesial das CEBs, que nesta 12ª versão terá como tema: "CEBs: Ecologia e Missão" e como lema: "Do Ventre da Terra, o Grito que vem da Amazônia". Durante a homilia, dom Moacyr Grechi destacou a importância do empenho e da dedicação de cada um dos voluntários para que os resultados do encontro sejam atingidos, tendo como principal suporte a proximidade com Deus.

As missas de “envio” referem-se às inúmeras passagens bíblicas onde a expressão aparece com significado peculiar da providência divina. Diz respeito à capacitação especial - a bênção de Deus - que recebem os que são enviados, geralmente em missões difíceis e principalmente quando são poucos diante da magnitude dos desafios.

O INTERECLESIAL

Citado pela imprensa local como o maior acontecimento religioso, social e político do ano na capital rondoniense, o 12º Intereclesial das CEBs deverá reunir em Porto Velho, conforme projeções dos organizadores com base em dados já confirmados, cerca de 3.000 delegados provenientes de 269 dioceses brasileiras, estimando-se um contingente de clérigos com algo em torno de 380 padres e 50 bispos. Entre algumas das principais relevâncias do encontro, já está confirmada a presença de representantes de 134 comunidades indígenas e ainda está sendo esperada a participação de uma centena de convidados de diversos países, principalmente das nações latino-americanas.

Para a comunidade rondoniense em geral – religiosos ou não -, um dos destaques do encontro diz respeito às participações, já confirmadas, do bispo emérito de São Félix do Araguaia dom Pedro Casaldáliga, da ex-ministra e senadora Marina Silva (PT-AC) e da líder indígena guatemalteca Rigoberta Menchú, Prêmio Nobel da Paz de 1992. De acordo com a programação do evento, entre outras ações, o trio vai protagonizar a atividade “Testemunho de Pessoas Proféticas”, que acontece das 14h às 17h do dia 24, na Plenária do Porto, no Ginásio do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Esta é a primeira vez que a reunião será realizada na Amazônia, acentua dom Moacyr Grechi, presente em todos os Intereclesiais, desde o primeiro, em Vitória (ES), em 1975. “Este encontro é a oportunidade de colocarmos em pauta os temas voltados à sociedade da Amazônia, suas diversidades culturais, passando por comunidades indígenas, dentre outros. Há uma série de fatores importantes que devemos discutir neste 12º Intereclesial”, explica dom Moacyr.

Neste sentido, conforme explica o responsável nacional pelas CEBs, dom Adriano Ciocca, o encontro deverá debater assuntos importantes para a elaboração de novas políticas agrícolas no Brasil. “O 12º Intereclesial deverá tratar de vários assuntos, e um deles, particularmente, deverá chamar a atenção social, pois se trata de políticas agrícolas na região amazônica”, disse dom Adriano.

As CEBs surgiram das decisões do Concílio Vaticano II, realizado na primeira metade da década de 60, que colocou como prioridade para a igreja a "opção preferencial pelos pobres". Hoje, dados oficiais da CNBB indicam que existem mais de 80 mil CEBs espalhadas no Brasil. O número de participantes de uma CEB varia de 30 a 200. Sua formação pode ser definida tanto por uma região geográfica, como um bairro, quanto por uma paróquia. As atividades de uma CEB vão das orações até a organização de movimentos de luta por moradia, creches e postos de saúde. Também é comum que elas organizem festas religiosas.


 Paulo Queiroz,
Eq. de Comunicação do 12º Intereclesial de Porto Velho.



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